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Ef​ê​mera Remix

by Tulipa Ruiz

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1.
Vou ficar mais um pouquinho Para ver se acontece alguma coisa nessa tarde de domingo Congelo o tempo pra eu ficar devagarinho Com as coisas que eu gosto e que eu sei que são efêmeras E que passam perecíveis, que acabam, se despedem Mas eu nunca me esqueço Por isso eu vou ficar mais um pouquinho Para ver se eu aprendo alguma coisa nessa parte do caminho Martelo o tempo pra eu ficar mais pianinho Com as coisas que eu gosto e que nunca são efêmeras E que estão despetaladas, acabadas, sempre pedem Um tipo de recomeço Vou ficar mais um pouquinho Para ver se acontece alguma coisa nessa tarde de domingo Para ver se eu aprendo alguma coisa nessa parte do caminho...
2.
Creia, na boa Queria ter chegado cedo, mas hoje não deu E no momento em que eu perco o filme do começo Não dá pra voltar Chego quando abrir A sessão das dez vou assistir Até que me organizei pra chegar Não deu e foi mal Foi mal, não foi por mal Queria tanto ler o letreiro Saber de cara quem será na história o vilão Ação, suspense, filme de ninja ou de amor Próximo filme vou ser pontual Pontual, pontual, pontual, pontual
3.
O meu amor sai de trem por aí E vai vagando devagar pra ver quem chegou O meu amor corre devagar, anda no seu tempo Que passa de vez em vento Como uma história que inventa o seu fim Quero inventar um você para mim Vai ser melhor quando eu te conhecer Olho no olho e flor no jardim Flor, amor, vento devagar Vem, vai, vem mais…
4.
Pedrinho chegava descalço Fazia da vida o que a gente sonhou Pintava do nada, um barato Falava umas coisas que a gente nem pensou Como é que pode ser tão criativo, autoconfiante... Um cara cortês Pedrinho parece comigo Também resolvido com sua nudez Tirou da cartola uma flor e me presenteou num domingo de sol É meu amigo querido, até dormiu comigo no mesmo lençol Pedro, esta cantiga não fala de amor Mas, querido, esse som acho que me entregou Pedro, essa cantiga não fala de amor
5.
Naquele curió mora um pessegueiro Em todo rouxinol tem sempre um jasmineiro Todo bem-te-vi carrega uma paineira Tem sempre um colibri que gosta de jatobá Beija-flor é casa de ipê Cada andorinha é lotada de pinheiro E o joão-de-barro acolhe o eucalipto A ordem das árvores não altera o passarinho A ordem das árvores não altera o passarinho Naquele pessegueiro mora um curió Em todo jasmineiro tem sempre um rouxinol Toda paineira carrega um bem-te-vi Tem sempre um jatobá que gosta de colibri Beija-flor é casa de ipê Cada pinheiro é lotado de andorinha E o joão-de-barro acolhe o eucalipto A ordem das árvores não altera o passarinho (pinheiro, sabiá, pintassilgo, jatobá) A ordem das árvores não altera o passarinho (baobá, bem-te-vi, samaúma, colibri) A ordem das árvores não altera o passarinho (ébanos, tsurus, jacarandás e tuiuiús) A ordem das árvores não altera o passarinho Pensando bem, passada Passa tudo menos o tempo Embaçado Faço letra passando e peço Peço pouco e só coço o papo Papo solto sem papas na língua Passaria a madrugada linda Passo ainda e nunca finda Passo torto, passo torcido Como a uva passa Aliás, tudo passa Passarinho Passa indo Passa rindo
6.
Pensei estar sendo esperta Ao te dar meu coração Falhei, deixei porta aberta Você alegou: “foi rejeição” É isso que dá contar com o certo Nem sempre o amor se encontra tão perto Cheguei a uma ilha deserta A um atalho contramão Eu sei que a resposta correta Pode não ser a solução Viver a teu lado não dá futuro Fiquei deslumbrada a princípio, eu juro Então vem, chega mais perto Devolve já meu coração Que tal sair deste aperto E decretarmos solidão a dois Querido, é mais fácil vivermos solteiros Em festas confusões Querido, é mais lindo juntarmos dinheiro E embarcarmos pro Japão Sushi, chá bar E esse seu jeito de falar Cantar, dançar, olhar pra mim Viver é não ter que transplantar... Doar sangrar trocar chamar pedir mostrar mentir falar justificar no cais chorando não sou eu quem vai ficar dizendo adeus batucada macaco no seu galho da roseira em flor da laranjeira amor é choradeira horror a vida inteira à beira da loucura e a dor e a dor e a dor e a dor...
7.
Hoje não vou mais partir, você voltou de vez De mala, cuia e um presente A promessa de continuar a fazer da minha vida um bordado De renda, de chita, filó Um bordado de renda, de chita, filó Brocal dourado, brocal dourado E visto que você virou meu regalo Te chamo com amor, meu carinho Meu coentro liquidificado Confeito com sabor concentrado Sambinha, pedal valvulado Sambinha, pedal valvulado… Brocal dourado, brocal dourado
8.
Cuida bem da tua forma de ser Amanhã o dia vai ser Diferente de outro dia Cuida bem da tua forma de ser Amanhã o dia vai ser Diferente de outro dia A menina aqui da terra sempre espera Que você fique aqui E no fundo, bem no fundo Você sabe como isso é legal Ter alguém que entenda essa sua transição Como é legal essa sua transição
9.
Às vezes quando eu vou à Augusta O que mais me assusta é o teu jeito de olhar De me ignorar Toda em tons de azul Teu ar displicente invade meu espaço E eu caio no laço exatamente do jeito Um crime perfeito It's all right, baby blue Garupa de moto, a quina da loto saiu pra você Sem nome e o endereço é de hotel, eu mereço Até outra vez Às vezes quando eu chego em casa O silêncio me arrasa e eu ligo logo a tv Só então eu ligo procê, descubro que já sumiu Não sei em qual festa que eu te garimpei Cantando lay mister lay, será que foi no meu tio? Ou em algum bar do Brasil... Sei lá, eu fui mais de mil Cheguei bem tarde, o vinho estava no fim E alguém passou o chapéu pra mim e gritou É grana pra mais bebum e eu não paguei Às vezes quando eu vou ao shopping Escuto "Money for nothing" e então começo a lembrar Que eu tocava num bar e que uma corda quebrou Foi um deus-nos-acuda, eu apelei pro meu Buda Te peguei pelo braço e nós fomos embora Eu disse: baby, não chora, amor de primeira hora A vida é chata, mas ser plateia é pior E que papel o meu Chá quente na cama, sorvete, torta, banana, lua de mel Às vezes quando eu vou ao centro da cidade Evito, mas entro no mesmo bar que você Nem imagino o porquê, se eu nem queria beber Reparo em sua roupa, na loira ao seu lado No seu ar cansado que nem mesmo me vê Olhando procê, pedindo outro fernet Será que não chega, já estou me repetindo Eu vivo mentindo pra mim Outro sim, outra trip, outro tchau Outro caso banal, tão normal, tão chinfrim Às vezes eu até pego uma estrada E a cada belo horizonte eu diviso o seu rosto A face oculta da lua soprando ainda sou sua.
10.
Descobre o peito Pinta a boca e beija o espelho Que reflete a silhueta Que você acabou de descobrir Perfuma a nuca Perfuma o pulso Sente o seu perfume E sai de salto por aí
11.
Você me chamou pra dançar aquele dia Mas eu nunca sei rodar Cada vez que eu girava parecia Que a minha perna sucumbia de agonia Em cada passo que eu dava nessa dança Ia perdendo a esperança Você sacou a minha esquizofrenia E maneirou na condução Toda vez que eu errava, cê dizia Pra eu me soltar porque você me conduzia Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada E no final achei tranqüilo Só sei dançar com você Isso é o que um amor faz
12.
Pedrinho chegava descalço Fazia da vida o que a gente sonhou Pintava do nada, um barato Falava umas coisas que a gente nem pensou Como é que pode ser tão criativo, autoconfiante... Um cara cortês Pedrinho parece comigo Também resolvido com sua nudez Tirou da cartola uma flor e me presenteou num domingo de sol É meu amigo querido, até dormiu comigo no mesmo lençol Pedro, esta cantiga não fala de amor Mas, querido, esse som acho que me entregou Pedro, essa cantiga não fala de amor

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released August 26, 2022

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Tulipa Ruiz São Paulo, Brazil

Latin Grammy-winning Brazilian singer and songwriter with five albums released among other projects

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